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Corpo, Movimento e Ludicidade




Durante muito tempo o corpo e o movimento foram colocados de lado na formação humana, seja ele para questões pessoais ou para ser trabalhado nas instituições. Para Strazzacappa (2001), “A noção de disciplina na escola sempre foi entendida como “não-movimento”. As crianças educadas e comportadas eram aquelas que simplesmente não se moviam”. O corpo e o movimento não eram trabalhados, pois não havia relevância.

Trabalhar com o corpo, o movimento e a ludicidade é essencial e incontestável quando se trata de explorar a aprendizagem significativa com os alunos, contribuindo para sua formação, compreensão de si e estabelecendo meios no qual ele seja o autor da sua aprendizagem.

Os docentes devem criar estratégias que visem a movimentação do corpo, utilizando de metodologias lúdicas, assim criando um ambiente propício para o crescimento voluntário, individual e em grupo. Com atividades simples, que abram espaço para que os alunos se sintam protagonistas no processo de aprendizagem, é possível somar com suas singularidades, manifestando outros sentidos, como: o desenvolvimento gestual, a fala e a percepção do ambiente. Conforme citado por Costa, Silva, Lima, Lira e Pinheiro:


É a maneira como as relações e interações que estabelecemos com o outro e com o mundo influenciam e contribuem para nossa formação como seres humanos. E, ainda, compreender o modo como isso vem orientar nossa atuação na sociedade, enfim, é o olhar sobre o nosso ser estar no mundo.( 2019, p.06)


Para além do pintar, dançar e cantar, quando os discentes se sentem livres para expressar seus sentimentos e emoções, tudo o que envolve o desenvolvimento cognitivo passa a ser uma consequência natural, uma resposta aos estímulos que a criança recebe.

Contudo, a falta de investimento na capacitação dos profissionais e as brechas encontradas na BNCC III, tornam inviável um trabalho mais elaborado nas escolas, como Neira (2017) complementa, “apesar de manter as dimensões do conhecimento, a BNCC-III não adotou o mesmo cuidado de articulá-las a cada uma das práticas corporais em todos os ciclos.” Reforçando o descaso com essas competências.

Considerando isso, para que uma mudança efetiva aconteça e esses temas estejam presentes na Educação Básica, sendo trabalhados desde os primeiros anos da mesma, é necessário que os pilares que formam as leis e operam os currículos, tenham um olhar mais amplo e sensível para as diversas formas e meios de se obter o conhecimento.


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